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Cartografia do Infinito

2009

"(...) Com o tempo, esses mapas desmedidos não satisfizeram

e os colégios de cartógrafos levantaram um mapa do Império

que tinha o tamanho do Império e coincidia

 ponto por ponto com ele. (...)"

 Jorge Luís Borges - Do Rigor na Ciência (1935)

 

 

Cartografia do Infinito é uma interpretação, sobre a crescente urbanização a que o país tem sido submetido,realizada a partir da observação de um fato concreto, observado durante a passagem por um loteamento na periferia de uma pequena cidade do sertão de Pernambuco.

 

Ali, a uma distância enorme dos grandes centros, a cidade se redesenha.

 

A prtir de um achado casual, sou submetido à óbvia e irreversível previsão de um futuro urbano tão próximo que se confunde com o nosso presente globalizado.

 

Deparo-me com este mapa imenso, desenhado no solo forçosamente planificado da periferia de uma pequena cidade. 

Uma maquete de um grande centro urbano, exposta ao sol, e aos viajantes que passam por ali.

 

Vejo a previsão, riscada diretamente na terra, do futuro do sertão, que não me remete em nada à tradicional professia marítima.

A metrópole, um dia, fatalmente chegará até aqui, e em toda a parte.

 

De dentro desta imensa maquete, fotografo os prédios que ainda estão por ser construídos, longas autopistas, avenidas e cruzamentos.

 

Ao caminhar dentro deste mapa, do tamanho de um pequeno império imobiliário, vejo todas as grandes cidades do mundo brotarem ao mesmo tempo da terra.

 

Volto a Borges, que em seu conto  O Aleph (1949), vê o universo inteiro dentro de uma esfera de

"dois ou três centímetros" de diâmetro, pousada no fundo de um porão.

24 fotografias digitais Impressas por pigmentos minerais em papel revestido de barita.

Dimensões:

30x45 cm cada imagem

1,35 x 2,95 M de área

Tiragem de 3/5

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